terça-feira, 16 de dezembro de 2008

TRISTEZA

Quando se percebe que a estupidez triunfou fácil sobre todo seu esforço, sua inteligência, que sua compreensão das coisas não foi alcançada pelos seus pares ( tem uns que percebem a possibilidade de ruína da sua fortaleza de estupidez) bate uma dorzinha, chata, incômoda, triste, pois é, a bela tristeza dos poetas lembra do “e agora José?” a propósito, cantada por Paulo Diniz nos faz ver por cima dos ombros a melancolia alheia ( de certos e iluminados alheios) linda, genial, não se pensa na incompreensão dos que em volta do Poeta não percebem sua essência, será que com a tristeza do Poeta veio junto a dorzinha incômoda que quando nos incomoda nos sentimos pequenos, míseros seres vazios de conteúdo.

Sim! Estou triste, nem pensar no que “O Que Será” genialmente cantado por Chico e Milton, me consola, realmente:

O que será que me dá

Que me bole por dentro, será que me dá

Que brota à flor da pele, será que me dá

E que me sobe à face e me faz corar

E que salta aos olhos a me atraiçoar

E que me aperta o peito, me faz confessar

O que não tem mais jeito de dissimular

E que nem é direito ninguém recusar

E que me faz mendigo, me faz suplicar

O que não tem medida, nem nunca terá

O que não tem remédio, nem nunca terá

O que não tem receita

Assim sinto, desacatado, à revelia, triste, será falta de serotonina, causada pela alimentação inadequada. Oh serotonina! Sua falta faz emergir a estupidez, a cretinice, a terrível sensação de estar a frente de seu tempo.

Pois é, "hoje, só hoje"do Jota Quest, precisamos ler isso:

Hoje eu preciso te encontrar de qualquer jeito
Nem que seja só pra te levar pra casa
Depois de um dia normal...
Olhar teus olhos de promessas fáceis

Também preciso de dias normais e olhos de promessas fáceis... para que seja só hoje!

domingo, 2 de novembro de 2008

Ansiedade

Dizem que sou ansioso, vivo correndo, procurando, sarna para me coçar, várias frentes de trabalho, vontade de aprender como domar a lógica, dominar os algoritmos. Há um momento que o mundo para, quando sento para ouvir música, pensar no desespero do eu da música detalhes, do Rei, é claro, imaginar que a amada ainda lembra de algum detalhe, uma tal e cruel realidade vem nos assombrar de maneira imperativa: ela esta em outra, curtindo a vida com outro, meio como Chico:
“E que venho até remoçando
Me pego cantando, sem mais, nem por quê
Tantas águas rolaram
Quantos homens me amaram
Bem mais e melhor que você”.
Ô dos detalhes, acorda! Ou melhor, não... sua vã ilusória imaginação nos leva a um mundo longe da tal cruel, flutuemos sobre as agruras do feijão com arroz no Amor I love You de Marisa e Arnaldo. Em um ar de bucolismo meio triste vêm saudades imensas:
  • da Mulher que ainda não conheci, daquela dimensão do amor que ainda não gozei;
  • do lugar que ainda nunca fui das lindas paisagens azul, a Passárgada de Bandeira;
  • da sensação de realização que é a mudança de realidade provocada pelo meu trabalho que ainda não aconteceu;
  • do momento ideal, o cheiro, o gosto, a poesia decifrada que vou sentir na próxima ida ao boteco.
Pois é, poucos são os momentos sorvendo música, pensando no seu infinito particular das letras. Faço isso ouvindo música jogando paciência Spider, parece que o acerto das cartas casa com as soluções da poesia das letras. O Flausino brandando que
"Sei que nunca fui perfeito
Mas com você eu posso ser
Até eu mesmo
Que você vai entender...
Posso brincar de descobrir
Desenho em nuvens
Posso contar meus pesadelos
E até minhas coisas fúteis
Posso tirar a tua roupa
Posso fazer o que eu quiser
Posso perder o juízo
Mas com você
Eu tô tranquilo, tranquilo...”
Até eu, que sou mais besta, procura alguém assim que me compreenda até perdendo o juízo... Porém "alguém" me lembra que não é bem assim... "
"Desligue a música, pois está me incomodando"